VALOR ECONÔMICO
a)
Valor
O valor
econômico é “a importância, ou es-timativa, que o sujeito
atribui às coisas e serviços, de que tem necessidade”. (Carlos
Galves)
O
valor é, em essência, o preço relativo.
O
valor é também preço de cada produto em relação a outros
produtos.
Na
prática, o preço é o que encontramos para às mercadorias. Esse,
por sua vez, cotado numa moeda. Esta, significando a unidade de
medida dos preços.
Desde
Aristóteles começou a ser estabelecida a distinção entre valor de
uso e valor de troca.
Valor
de uso: relacionado às características físicas dos bens que os
tornam capazes de serem utilizados pelo homem, isto é, de satisfazer
necessidades de qualquer ordem materiais ou ideais.
Valor
de troca: indica proporção em que os bens são intercambiados uns
pelos outros.
Ainda
sobre valor ressalte-se:
William
Petty - O primeiro a definir o trabalho como conteúdo do valor e por
conseguinte como determinante do valor de troca.
Adam Smith - Desenvolveu a teoria do valor-trabalho. Afirma que o trabalho é a única medida real e definitiva do valor das mercadorias.
David
Ricardo - Demonstrou que o valor do trabalho variava com os preços
dos produtos necessários a subsistência dos operários, o que se
refletia no salário e no valor das mercadorias por eles produzidas.
Karl Marx - Definiu o valor pelo tempo social-mente necessário à produção de uma mercadoria.
b)
Teorias do Valor
São
predominantes:
-
a teoria do valor-trabalho;
-
a teoria do valor-utilidade;
-
a teoria marginalista
• A
teoria do valor-trabalho
Pressupõe
sobre mercadorias do tipo de produção elástica aos preços.
Sua
aplicação:
- verifica-se
plenamente para os produ-tos elásticos, produtos industriais e
serviços;
- não se verifica em
relação:
a
mercadorias que não possam ser multiplicadas, ou seja, cuja
produção não possa ser expandida;
a
determinados tipos de produ-tos cuja oferta é muito
limitada ou fixa (obras de arte).
Os
produtos industriais e serviços, têm o seu valor estabelecido em
função do custo de produção acrescido de uma margem.
A
busca, em primeiro plano, é explicar os próprios custos de
produção. Isso, fundamentado na compreensão de que os custos de
produção são fundamentalmente salários dos trabalhadores que
produzem as mercadorias e as despesas com matérias-primas, máquinas,
equipamentos e instalações em geral.
Considera,
em última análise, que todos os custos de produção reduzem-se ao
trabalho humano. É nesse entendimento, que encontra-se estruturada a
concepção teórica de que o “único custo
real de produção é o trabalho”.
Nesse contexto,
toda mercadoria produzida é, em verdade, fruto direto ou indireto do
trabalho humano.
Daí,
ter a teoria do valor-trabalho sua sustentação básica no único
custo real de produção, que consiste no trabalho humano.
• A
teoria do valor-utilidade
Esta
encontra-se fundamentada em outro tipo de mercadoria.
Consiste
na generalização do caso de mercadorias não ajustadas às
oscilações da procura, cujo preço é formado pelos compradores sob
a forma de leilão especulativo.
É
centrada na idéia básica de que cada consumidor sabe quanto vale a
mercadoria para ele.
Isto
é, em última análise, os preços relativos refletem as utilidades
relativas para os consumidores, frente a grande e variada quantidade
de mercadorias postas à sua disposição.
Um
problema da determinação do valor que se apresenta, é que a
mercadoria tem uma utilidade decrescente com referência à sua
quantidade para o comprador.
Em
síntese, é uma teoria que evidencia que a decisão final sobre o
valor é dos consumidores.
É,
essencialmente, uma teoria de fundamentação liberal, que não
admite a existência de nenhuma interferência entre comprador e
vendedor.
Pontos
principais que a afasta da realidade do sistema capitalista:
- não existir apenas
custos crescentes;
- admitir uma total
independência entre compradores e vendedores.
• A
teoria marginalista
Em
contraposição a teoria do valor-trabalho, surgiu no final do século
XIX a Teoria Marginalista, que subjetivou o conteúdo do valor,
usando da noção de utilidade marginal.
Estabelece
que a causa ou fundamento
do valor econômico são a necessidade humana e a limitação dos
bens úteis. O valor é, portanto, concebido como uma relação
da necessidade com a raridade.
Segundo
essa teoria, o valor dos bens e serviços depende de sua utilidade e
varia de acordo com a mesma.
Por
exemplo, uma coleção de bens do mesmo tipo, o valor de cada um
desses bens é dado pela unidade de menor utilidade.
Considerando
que todas e quaisquer unidades dessa coleção podem ser substituídas
por essa última unidade, a mesma, significa a divisa entre o que é
útil e o que não mais é útil.
Portanto,
a necessidade que essa unidade é capaz de satisfazer é a
necessidade marginal ou final. A sua utilidade é também a utilidade
marginal.