sábado, 13 de outubro de 2012

ESTRUTURAS DE MERCADO

-->

ESTRUTURAS DE MERCADO


As estruturas de mercado significam modelos que captam aspectos inerentes a maneira de como estão organizados os mercados.

Cada estrutura de mercado evidencia alguns aspectos essenciais da interação da oferta e da demanda e, por sua vez, baseia-se em algumas hipóteses e no realce de características que são observadas em mercados existentes, tais como:

- o tamanho das empresas;

- a diferenciação de produtos;

- transparência do mercado;

  • os objetivos dos empresários;

  • o acesso de novas empresas.


As estruturas básicas dividem-se em três:

estruturas clássicas;

outras estruturas clássicas;

modelos marginalistas de oligopólio.

  Em todas as estruturas clássicas existe transparência no mercado, isto é, todos têm informação perfeita e os agentes econômicos são maximizadores de lucro.

No âmbito das estruturas clássicas, encontram-se as seguintes:

a) Concorrência Perfeita

É um tipo de estrutura que caracteriza-se por um grande número de compradores (consumidores) e vendedores (empresas) de tal modo que um consumidor ou uma empresa, isoladamente, por ser insignificante, não afeta os níveis de demanda ou oferta do mercado e, por conseguinte, o preço de equilíbrio.

Nesse tipo de estrutura prevalecem as seguintes premissas:

  • os produtos são homogêneos – não existe diferença entre produtos ofertados pelas empresas concorrentes, eles são substitutos perfeitos entre si, o que leva a inexistência de preços diferentes no mercado;


  • todas as informações completas sobre lucros e preço do produto são conhecidas por todos os participantes do mercado;
  • não existem barreiras para o ingresso de empresas no mercado.

Outra característica a ser considerada na concorrência perfeita é que, a longo prazo, não existem lucros extras ou extraordinários, mas apenas lucros normais.

Por outro lado, é preciso esclarecer que, na realidade, não há uma estrutura típica de concorrência perfeita. Talvez o mercado de produtos hortifrutigranjeiros possa a ser dado como o exemplo mais aproximado.

b) Monopólio

Caracteriza-se por apresentar condições diametralmente opostas a estrutura da concorrência perfeita.


No monopólio existe um único produtor, que realiza toda a produção de um determinado bem, passando assim a dominar inteiramente a oferta do produto.

A existência de monopólios está ligada a barreiras que impedem a entrada de novas empresas no mercado. Barreiras essas, advindas das seguintes condições:

  • Monopólio puro ou natural: verifica-se quando o mercado, por força de suas próprias características, exige à instalação de grandes plantas industriais, que passam normalmente a operar com economias de escala e reduzidos custos unitários, permitindo assim a empresa a cobrar preços mais baixos para o seu produto, o que vem inviabilizar praticamente a entrada de novas empresas concorrentes; 
  •  Elevado volume de capital: necessi-dade de elevado volume de investimentos e de uma alta capacitação tecnológica.

  • Patentes: a empresa é a única detentora da tecnologia para produzir o bem;
  • Controle de matérias-primas: exerce o controle sobre aa matérias-primas utilizadas.
Existem também os monopólios denomi-nados institucionais ou estatais.
Ao contrário do que ocorre com a concorrência perfeita, os lucros extraordinários persistem, a longo prazo, em mercados monopolizados, motivados inclusive pela existência de barreiras para a entrada de novas empresas.

Com relação a outras estruturas clássicas, ou sejam, modelos derivados dos clássicos básicos, destacam-se:

a) Concorrência Monopolista

Refere-se a uma estrutura de mercado intermediária entre a concorrência perfeita e o monopólio, sem no entanto se confundir com o oligopólio, devido as características seguintes:
  • número relativamente grande de empresas que contam com certo poder concorrencial, porém com segmentos de mercado e produtos diferenciados – características físicas, embalagem ou prestação de serviços complementares (pós-venda);
  • margem de manobra para fixação dos preços não muito ampla, pelo de fato de que existem produtos substitutos no mercado.

As características acima, de certa forma, asseguram um poder monopolista sobre o preço do produto, embora exista competição no mercado.


b) Oligopólio

Estrutura de mercado que se caracteriza por um reduzido número de empresas que dominam a oferta de mercado.

No mundo ocidental, atualmente, é uma estrutura de mercado prevalecente na indústria, nos setores químicos e siderúrgicos e no transporte rodoviário e aéreo. No Brasil, pode ser destacado como exemplo: fabricantes de veículos; indústria de papel; indústria de bebidas; indústria química; indústria farmacêutica; setor de cosméticos; etc.

Ocorre no oligopólio que as quantida-des ofertadas como os preços são fixados entre as empresas por meio de acertos ou cartéis.

O cartel é uma organização (formal ou informal) de produtores de um mesmo setor que estabelece a política de preços para todas as empresas a ela pertencentes.

Nos oligopólios, acontecem normal-mente as empresas discutirem suas estruturas de custos, embora isso não se verifique com referência a sua estratégia de produção e marketing.

Geralmente, no campo desta estrutura de mercado, há uma empresa líder que, respeitando as estruturas de custos das demais empresas, fixa o preço do produto. Neste caso, trata-se de um modelo denominado de liderança de preços.

Por sua vez, a concorrência entre empresas oligopolistas se verifica no âmbito de marketing, design, prestação de serviços, etc.

Os oligopólios também são também caracterizados, como:
  • oligopólios com produtos diferenciados;
  • oligopólios com produtos homogêneos.

c) Monopsônio


É caracterizado pela existência de muitos vendedores para um só comprador.

d) Oligopsônio


É um mercado onde existem poucos compradores que dominam o mercado para muitos vendedores.


e) Monopólio bilateral

Ocorre quando um monopolista e um monopsonista se defrontam.

Com referência aos modelos marginalistas de oligopólio, estes partem da premissa de que os oligopolistas maximizam os lucros igualando a receita marginal a custo marginal.

Nesse contexto destacam-se os modelos seguintes:

a) O Modelo de Cournot

Este modelo estrutura-se no duopólio (duas empresas produtoras no mercado). Evidencia como as empresas são dependentes da ação de outras no oligopólio.

Por exemplo: suponhamos que exista apenas dois poços de petróleo, pertencentes a duas empresas. Neste caso só existem custos fixos (custo de perfuração), enquanto que os custo variáveis e o custo marginal são nulos (CV = CMg = 0).

Por sua vez, a maximização do lucro para cada empresário corresponde ao ponto em que a RMg = 0. Daí, cada empresário supor que seu rival nunca altere o seu preço, em face da atitude tomada pelo concorrente.

O que caracteriza este modelo é que os empresários não reconhecem a interdependência entre si.

b) O Modelo de Sweezy

É também conhecido como modelo da demanda quebrada.

Este modelo procura explicar que os preços dos oligopólios, de modo relativo, são estáveis, além de permanecerem constantes por longos períodos de tempo, mesmo quando os custos mudam.

A sua sustentação básica implica a admitir a existência de uma curva de demanda “quebrada” para cada oligopolista. Isto é, a curva de demanda é elástica para preços que situam-se acima do preço de equilíbrio e inelástica para preços abaixo do preço de equilíbrio.

c) O Cartel Perfeito

Como foi visto anteriormente, o cartel trata-se de uma organização (formal ou informal) formada por produtores dentro de um setor da economia, que estabelece a política de preços para todos os membros que o compõe.


O fato do cartel ser considerado perfeito, repousa na existência, por parte dos oligopolistas, do reconhecimento da inter-dependência que têm entre si e, por isso, procuram se unir com o intuito de maximizar o lucro do cartel. Decisão essa, que vem a transformá-lo em monopólio puro.

A principal questão surgida nesses casos, após a fixação do preço do produto no mercado, é a de como fazer a divisão das quantidades entre os diversos integrantes do cartel.


Entretanto, a divisão das quotas pode verificar-se de diversas formas, a qual dependerá, em última instância da capacidade de negociação entre seus membros.

d) Os Modelos de Liderança-Preço


Este modelo baseia-se na aceitação tácita, por parte das firmas oligopolistas, de estabelecer o mesmo preço, aceitando a liderança de uma firma da indústria.

Nesse caso, a firma líder fixa o preço e essa medida adotada é seguida pelas demais.

A ocorrência de fatos dessa natureza leva a maximização do lucro das empresas oligopolistas, reconhecendo, ao mesmo tempo, a interdependência que têm entre si.





Nenhum comentário:

Postar um comentário